Pesquisa avalia impactos do Covid-19 no turismo em Roraima

Empresários e dirigentes do setor estimam redução do setor em função da pandemia, impactando na economia do estado. Empresários e dirigentes do setor estimam redução do setor em função da pandemia, impactando na economia do estado. Divulgação: MTur

Empresários e dirigentes do setor estimam redução do setor em função da pandemia, impactando na economia do estado.

O setor turístico é um dos mais afetados pela crise da pandemia mundial do Covid-19, com reflexos impactantes nessa importante cadeia da economia. Para mapear os impactos financeiros e de gestão, e a capacidade de superação do setor em Roraima o Movimento Turismo Mesclado juntamente com o Departamento de Turismo da SEPLAN -RR lançou uma pesquisa junto aos empreendedores do trade local.O diretor do Departamento Estadual de Turismo da SEPLAN-RR, Bruno Muniz de Brito, disse que o governo estuda as formas de mitigar os impactos da pandemia na economia regional, atendendo medida constate do PPA do DETUR, que é o combate  aos cenários de crise e impactos no setor e como solucionar esses gargalos que se apresentam. “Com o resultado da pesquisa vamos elaborar um rol de ações que vão tentar atender ao setor, sobretudo aos municípios turísticos que não têm casos da doença”, disse Bruno.

A pesquisa ouviu 48 participantes das 172 empresas registradas em Roraima, ou 28% do total em sua maioria agências de viagem, meios de hospedagem; alimentos e bebidas; guias de turismo; organizadores de eventos; empreendimentos de turismo náutico e pesca desportiva, sediadas em Boa Vista e Amajari.

Os principais impactos observados foram a queda abrupta nas vendas e no faturamento, com demissão de colaboradores. O setor prevê perdas superiores a 2 milhões de reais no período entre março e abril de 2020. O principal vetor das perdas foi o cancelamento da oferta de serviços contratados; algo em torno de 90%, aproximadamente.

Estas empresas tinham em média entre 2 e 25 colaboradores contratados antes da quarentena imposta pela pandemia. A maioria prevê a retomada das suas atividades entre os meses de maio e julho, de acordo com as orientações oficiais baseadas na queda do número de casos. Por outro lado, 51% das empresas que tiveram serviços contratados cancelados fizeram reembolso aos clientes. 

O setor estima um período de sobrevivência em isolamento entre os meses de maio e julho desse ano. Muitas delas, 70% do total estavam em processo de crescimento antes da pandemia, mas mesmo com a crise 54% acredita que não fechará as portas, tendo adotado ações nesse sentido, como o corte de custos, redução da retirada mensal, adiamento no pagamento de impostos, renegociação de pagamentos com fornecedores, renegociação de dívidas e encerramento de contratos com freelancers.

Para reduzir o impacto da pandemia no setor prevê-se a realização de campanhas coletivas de fomento ao turismo, busca de novas fontes de receita para as empresas, parcerias, promoções de preços / combos / parcelamentos, aliado as ações definidas pelo governo que minimizem custos.

As principais dificuldades vislumbradas pelo turismo pós-pandemia está justamente no declínio das vendas, tendo em vista que as pessoas vão demorar a voltar  viajar, com isso a empresa não terá caixa para investimentos. O setor em Roraima ficará menor do que antes da crise em função do medo de viajar, a consequente redução da malha aérea pelas empresas, a redução do fluxo de visitantes, com uma esperada mudança no comportamento do consumidor.

Mesmo com todos os prognósticos o Diretor do DETUR Bruno Muniz acredita que a situação pode ser contornada. Ele espera que as ações propostas possam diminuir o impacto da crise em Roraima, onde as empresas já sofrem perdas significativas com a diminuição no fluxo turístico. “Esperamos voltar ao nível que estávamos antes da crise, com o setor crescendo por volta de 6% ao ano, resultado positivo muito bom. Nossa intenção é retomar o crescimento a partir da abertura de novas rotas turísticas, com o aumento do fluxo aéreo no estado e da abertura das comunidades para o etnoturismo”, finalizou. 

 

 

 

 

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