RORAIMA, A SAVANA AMAZÔNICA

Município de BOA VISTA

Boa Vista é uma região riquíssima em belezas naturais, de gente interessante, de histórias, de lendas, de cultura, ritos e mitos. Um município com um quê de cidade pequena. Boa Vista foi, e para muitos ainda é, a terra da oportunidade, que na década de 1980 recebeu imigrantes em massa com a exploração do garimpo. Uma cidade que nasceu no século 19, quando as fazendas começaram a se erguer à beira do rio Branco, no então chamado povoado da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo. Hoje, a arquitetura das áreas mais antigas, próximas ao rio, revela o estilo neoclássico da virada do século. É uma cidade bem planejada, que exibe a quem a vê do alto um traçado urbano moderno em formato de leque, com avenidas largas que acabam (ou começam) no centro cívico – projeto do arquiteto Alexandre Dernusson, dos anos 1930, lembrando à antiga Paris.

A capital de Roraima oferece diversas opções aos moradores e visitantes. Você pode bronzear-se e passar um dia agradável com os amigos nas praias que aparecem nos rios Branco e Cauamé durante o verão. Durante o inverno amazônico, faça um passeio de barco e conheça a cachoeira da Serra Grande, a poucos quilômetros da cidade.

Em qualquer dia da semana, o Centro de Turismo, Artesanato e Geração de Renda, no Velia Voutinho, no complexo poliesportivo Ayrton Senna, estará de portas abertas. A diversidade cultural e étnica de Roraima pode ser conferida nos diversos produtos à venda no local. Técnicos em turismo estarão à disposição para orientar sobre os principais pontos de visitação da cidade.

Durante o passeio, desfrute da culinária típica da região. Paçoca com banana, damorida, tacacá, mungunzá, tambaqui na brasa e outros pratos deliciosos estão a sua espera nos mercados municipais e nos restaurantes. Depois de descobrir um pouco do gosto de Roraima, é hora de encantar-se com a fauna e a flora da região.

Faça um city tour em Boa Vista!

Casa de Petita Brasil
O local tem uma história que data de 1892, quando a casa começou a ser construída, especialmente para o casamento da filha de Bento Ferreira Marques Brasil. Em estilo neoclássico, tornou-se referência quando o assunto é arquitetura, história e tradição. O arco gótico, a platibanda vazada, os frisos de arremate da cornija e as belas pilastras remetem à época em que foi construída logo acima do antigo porto do Cimento, onde atualmente está uma das plataformas da Orla Taumanan. A casa em estilo neoclássico possui lustres, móveis franceses e muitos cristais, tudo numa produção mais rústico. Petita Brasil é filha de Adolfo Brasil e Tereza Magalhães, irmã de Parimé, Amazonas e Rio Branco. Famílias tradicionais que ajudaram no estabelecimento econômico e social da capital Boa Vista.

Casa da Cultura
O estilo art decó da Casa da Cultura Madre Leotávia Zoller, encanta os visitantes. O edifício foi construído em 1940 para ser uma simples residência, mas se tornou a morada oficial dos governadores até a construção do Palácio Hélio Campos. Depois disso, tornou-se a Casa da Cultura, tombada pelo Governo Estadual em 1984.
            
Monumento ao Garimpeiro
Uma homenagem aos áureos tempos do “milagre amarelo” e àqueles que trabalharam e contribuíram para o desenvolvimento do Estado. Construído na década de 1960 pelo governador Hélio da Costa Campos, o monumento simboliza um homem garimpando com sua bateia. A obra fica na Praça do Centro Cívico, em frente ao Palácio Senador Hélio Campos. O ponto é uma das referências da capital.

Centro de Artesanato

Está próximo a Orla Taumanan e em frente à Igreja Nossa Senhora do Carmo, a Igreja Matriz. Lugar para comprar o que há de mais típico em Roraima, que é seu artesanato indígena, o Centro está localizado no antigo endereço do Mercado Municipal de Boa Vista. Quando ficou vago, a Cooperativa de Artesãos de Roraima solicitou ao Governo a ocupação do edifício, então no governo do prefeito Barac Bento foi formalizada a doação do terreno para a permanência definitiva dos artesãos. É uma boa oportunidade para o visitante conhecer também o centro histórico de Boa Vista.

Complexo Poliesportivo Ayrton Senna

São 3 quilômetros de muito lazer para a população, que pode usufruir de uma infra-estrutura com quadras de tênis, de vôlei, de futebol e de basquete; pistas para cooper, patinação, bicicross e kart; parques infantis; bares com música; sorveterias; restaurante; quiosques de artesanato; praças e vários cantinhos com bancos para sentar e simplesmente observar tudo o que acontece ao redor. Na Praça está o Portal do Milênio, que é o monumento que marcou a passagem para o ano 2000, e, junto com a praça das Águas e a praça dos Artistas, compõe um dos mais agradáveis espaços de lazer de roraimenses e visitantes.

Festa junina

A festa junina de Boa Vista apresenta a diversidade que o Brasil levou para aquele território. Tem quadrilheiros, forrozeiros, fogueira, balões, arraial, comidas típicas, concurso de quadrilha e de música junina, casamento e música de todas as regiões brasileiras. O Arraial do Parque Anauá, realizado pelo Governo do Estado, atrai cerca de 150 mil visitantes, em nove dias de festa.
                    
Igreja Nossa Senhora do Carmo (Matriz)
Construída em meados de 1892 pelos missionários franciscanos no mesmo local em que os frades carmelitas fundaram uma capela em 1725 (nas Missões do Rio Branco, em madeira e terracota), é um dos marcos de Boa Vista. Entre os anos de 1914 e 1917, passou por uma reforma devido o estado de calamidade, quando D. Gerado Van Caloen, primeiro bispo das missões na bacia do rio Branco, foi morar em Boa Vista. Em 1921, D. Pedro Eggerath foi eleito o segundo bispo do rio Branco e, entre outras obras, conferiu à igreja matriz o estilo germânico. Datam dessa época o átrio, a pintura, a torre para o campanário e a sacristia. No interior, foram conservadas a pintura marmorizada, o piso em ladrilho português e o forro. A igreja ganhou dois altares laterais, bancos, estalas, via sacra, balaustrada e, ainda, um conjunto de prataria belga e alemã. As janelas foram substituídas por vitrais pintados.

Catedral Cristo Redentor
A arquitetura moderna e arrojada da catedral de Boa Vista também atrai quem procura por uma igreja de características convencionais. Projetada pelo arquiteto italiano Mário Fiameni, a construção começou em 1968 e durou quatro anos. Suas formas sugerem três símbolos: a harpa, o navio e a maloca indígena.

Parque Anauá
Considerado o maior parque de lazer da região Norte, conta com infra-estrutura como anfiteatro, forródromo,centro de artesanato indígena, galeria de artes, escolas de música, museu, horto florestal, lago natural, fonte luminosa, ginásio poliesportivo, kartódromo, pistas para cooper, aeromodelismo, motocross, skate e bicicross, além de lanchonetes e restaurantes. Também é possível deitar na grama e ler um  livro em frente ao lago. Lá, a sinalização brinca com os visitantes: a placa que indica velocidade máxima de 20 km/h faz referência a uma tartaruga. Anauá é o “lugar de encontro”, segundo o vocabulário Macuxi. 

Prelazia

Até as pessoas mais dispersas ficam encantadas diante dessa bela construção que data de 1907. Em estilo neoclássico e com arquitetura original preservada, a Prelazia representa um marco na arquitetura e na cultura de Boa Vista. Entre os anos de 1924 e 1944, sediou um hospital e serviu de residência a padres e bispos. Em 1946, tornou-se sede do Governo. Após a criação da Prelazia, desvinculando-se da Diocese de Manaus, ela foi confiada aos monges beneditinos, subordinados ao mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Eles permaneceram na cidade entre 1909 e 1948. Atualmente o prédio sedia a Diocese de Roraima.


Orla Taumanan

Espaço de convivência, orla suspensa, espaço de lazer dividido em plataformas. Seja qual for a descrição, é este o lugar ideal para admirar o rio Branco de dia e, à noite, a lua. E, para agradar aos mais diversos gostos, os encontros ali marcados são embalados por samba, pagode, forró, música pop ou regional – bem como deve ser um lugar que se chama Taumanan, que significa “paz” em Macuxi

Ilha da Praia Grande
Trata-se de uma pequena ilha separada da terra firme por um braço do rio Branco, um ponto freqüentado tanto por quem quer tomar um sol quanto pelos mais aventureiros, que escolheram o local para praticar esqui aquático, canoagem e vela. Mas bom mesmo é tomar o banho de água doce e caminhar até algum lago para curtir a natureza. O acesso é feito por barqueiros às margens do rio Branco.

Município de BONFIM

Nascida no século 19 como um núcleo de comércio para atender à demanda regional por carne bovina, Bonfim preserva uma forte ligação com a pecuária.


Na década de 1960, a abertura da rodovia BR-401 facilitou a ligação com Boa Vista e aumentou o número de habitantes da vila. Na verdade, eram familiares dos militares enviados para a criação do Primeiro Pelotão Especial de Fronteira, quando foram construídos o Quartel do Pelotão, a pista de pouso e a vila militar. Com a revolução de 1967, a fronteira com o Brasil foi fechada e o comércio interrompido. No ano seguinte, uma missão evangélica chegou ali para catequizar os índios. Foi quando se construiu uma igreja e uma escola para a vila. Em 1982, a pequena vila às margens do rio Tacutu finalmente foi emancipada. É naquele território que fica a reserva indígena dos Wapixana. Mas para adentrar naquela área, é preciso autorização prévia.  Beneficiada com a área de livre comércio, Bonfim recebe hoje muitos viajantes que cruzam o território rumo à Venezuela e à Guiana, com quem divide a maior área de fronteira. A cidade é endereço da famosa vaquejada, uma grande festa agropecuária.


Ruínas do Forte São Joaquim
A riqueza mineral e as belezas naturais do extremo norte do Brasil despertaram a cobiça de estrangeiros. A partir do século 17, ingleses e holandeses invadiram a região à procura de índios, que eram levados para outras regiões do País como mão-de-obra escrava. Para expulsar os invasores, Dom Pedro II enviou militares que seguiram pelo vale do rio Branco para chegar à região e garantir a soberania brasileira. Foi então que, em 1775, começou a construção do forte São Joaquim, na confluência dos rios Uraricoera e Tacutu, onde formam o rio Branco. A efetiva presença dos portugueses, portanto, só ocorreu após a construção do forte. Sob a proteção militar, colonizadores foram atraídos pelas promessas da Coroa. Assim, enquanto nasciam as fazendas pecuárias, os indígenas também começaram a ocupar a região, mas muitos deles acabaram sendo escravizados pelos colonizadores. 

Rio Tacutu
É o único rio da bacia do rio Branco que, na maior parte de sua extensão, corre do sul para o norte até encontrar o rio Maú. O Tacutu, no Brasil, recebe pela margem direita o rio Maú e o Surumu. Já pela margem esquerda, totalmente brasileira, recebe os rios Jacamim, Urubu e Arraia. Sobre seu leito, entre os municípios de Bonfim e Lethem, já existe uma ponte que faz a ligação terrestre entre Brasil
e Guiana. 

Município de MUCAJAÍ

Mucajaí é a terceira maior cidade do Estado. Mas tudo começou, em 1951, quando era conhecida por Vila do Mucajaí, a antiga colônia agrícola Fernando Costa. Cerca de 20 anos depois, com a chegada dos integrantes do 6º Batalhão de Engenharia e Construção que se instalaram ali para trabalhar na construção da BR-174, o número de habitantes cresceu. Foram construídas novas casas e a cidade passou a oferecer estrutura aos viajantes que passavam por ela. Em 1982, tornou-se município, adotando-se o nome do rio mais próximo. Além dele, é banhada pelos rios Branco e Catrimani. Como outras cidades do estado, a rua principal abriga o setor de comércio.

ATRATIVOS:
Adventure Park
A adrenalina sobe quando os aventureiros chegam no alto dos 600 me deixam-se levar pela tirolesa. Para chegar até ela há três opções de trilhas, cada uma com 1 km de distância. No caminho, o cheiro de fazenda se mistura com o som do sapo, da cigarra, o canto do bem-te-vi e do gavião-cauré. Para chegar até a plataforma tem de percorrer mais 150 metros, já fazendo arvorismo. E para dar mais emoção, o trecho é cheio de obstáculos. “O pessoal acha o piso em rede o mais difícil, já que exige força no braço. E quando não agüentam, o condutor tem que puxar”, conta um deles, Laurindo Schillreff,que afirma que o parque está dentro dos padrões da Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (Abeta). Lá do alto, o aventureiro terá a opção de deslizar por 6 ou 14 m na tirolesa. A cada dois clientes, um condutor. Claro que, apesar da empolgação, já houve casos de desistência. Assim como casos em que as pessoas querem repetir a dose. Seja ao som do vento soprando as folhas, ao canto dos pássaros ou mesmo dos bugios, que gritam tão alto quanto um trio-elétrico, é maravilhoso encontrar um cantinho para sentar e sentir esse contato tão direto com a natureza.

Município do ALTO ALEGRE

Banhado pelos rios Mucajaí e Uraricoera, Alto Alegre é um destino perfeito para a prática de pesca esportiva. Além disso, é o preferido dos amantes de “esportes radicais”, que escolhem esse trecho ao noroeste da capital para se aventurar nas corredeiras e quedas d’água, excelentes para a prática de rafting e canoagem. O melhor ponto fica em um local conhecido como a “região do paredão”. Para os que preferem um revigorante banho de cachoeira, opções não faltam: tem a cachoeira da Pedra Grande, do Cedro, do Tucumã e do Filhote, além da cachoeira do rio Mucajaí. Lá também fica a reserva indígena Yanomami, que no território brasileiro se estende ainda pelos municípios de Amajari, Mucajaí e Iracema.

ATRATIVOS: Ecopark
O Ecopark é muito mais que um parque aquático cheio de piscinas e toboáguas. Ele tem um açude onde os visitantes se divertem com jet-ski, windsurfe, remo, barco e caiaque, além de uma praia artificial ideal para um banho de sol. E ainda tem pesque-epague, bar, restaurante e chalés para hospedagem.

Estação Ecológica Maracá-Roraima

Criada em julho de 1981, além dos biguás, quelônios e onças-pardas ou suçuaranas, a ilha também é habitada por répteis e outros mamíferos de grande porte, como a onça-pintada. Os primeiros registros da região datam do século 18, quando o governador do Pará organizou uma expedição para capturar índios. Após navegar pelos rios Negro e Branco, os caçadores chegaram ao rio Uraricoera, quando descobriram a ilha. Cerca de 95% dos seus 101.312 ha de extensão são ocupados pela floresta Tropical Amazônica. Os 5% restantes são formados por savanas, vegetação típica da região da fronteira entre Brasil, Venezuela e República Cooperativista da Guiana. Nos seus domínios encontram-se belas cachoeiras e fortes corredeiras. Mas antes que os amantes de esportes de ação se animem, avisamos que o acesso à área é restrito aos técnicos do Ibama, integrantes de organismos de proteção ambiental e pesquisadores. Seu relevo é bastante acidentando,com predominância de médias formações rochosas e pequenos morros. Maracá foi a primeira Estação Ecológica do País, fato que contribuiu decisivamente para a sua preservação.

Município de IRACEMA

    
Em 1972, a cidade era conhecida por Vila Nova. Quando se emancipou, em 1994, passou a se chamar Iracema em homenagem à esposa do primeiro morador do vilarejo, o maranhense Militão Pereira da Costa. Ali os maranhenses são maioria, cerca de 70% da população, atraídos pelaoportunidade de trabalhar em suas terras.
As casas são bem simples, de alvenaria e só com a fachada pintada. Na varanda, uma rede preguiçosa para seu dono deitar. Há um bar em cada esquina, sempre com uma mesa de sinuca. À noite a clientela é embalada pelo som do forró. Mas não é só o forró esse ritmo que embala o povo. Quando uma turma de sambistas desce na rodoviária, o batuque é garantido no bar mais próximo. Quem não gosta de bar vai à sorveteria, outro ponto de encontro de amigos, de famílias.

ATRATIVOS: Cachoeira do Leonardo

Se você quiser contato com a natureza, siga para a região do Roxinho, cujo acesso se dá por estrada de chão. Um lugar que encanta pela tranqüilidade e beleza. Uma queda d’água de cerca de 10 m de altura, entre muitas pedras e no meio da floresta.

MUNICÍPIO DO CANTÁ

Distante 38 km de Boa Vista e separada apenas pela Ponte dos Macuxi, de onde se tem uma vista espetacular, o município de Cantá é composto pelas vilas da Serra Grande, União, Central e Félix Pinto. Nessa região, o rio Branco faz o papel de limite, separando a capital Boa Vista de Cantá. Mas a história do Cantá não é tão recente assim. Ela começa no início do século 20 com a Colônia Brás de Aguiar, que ficou conhecida como Cantá, nome herdado de uma planta da região. A colônia fazia parte de Bonfim, e só em 1995 se emancipou. Hoje a região também é habitada por indígenas das etnias Macuxi e Wapixana, que vivem nas comunidades Canauanim, Malacacheta e Taba Lascada. A produção agrícola local abastece Boa Vista. E o abacaxi também faz a fama da cidade.

ATRATIVOS: Serra Grande


Para quem gosta de trilhas a região oferece boas opções. Algumas delas levam a cachoeiras e corredeiras, mas o destino mais procurado é o topo da serra. A trilha tem duração de 4h e passa por trechos escorregadios, íngremes e com muitos obstáculos naturais, o que garante a adrenalina e aventura, além da vista encantadora. Contudo, quem se aventura pela região precisa ser cuidadoso, pois há muitos poços e até abismos profundos, por isso é indicado o acompanhamento de guias. Geralmente, o ponto de partida para as trilhas é o sítio Onédio, onde se pode contratar um guia experiente. Outro passeio interessante pode ser feito a bordo de voadeiras pelo Rio Branco, de onde se tem uma ampla vista de toda a Serra. O ponto alto do passeio é uma ilha habitada por macacos guariba. Com sorte, durante o percurso é possível avistar botos cor-de-rosa.